ALYSSON ANDRADE - Sei que você sempre teve posições contrárias em termos políticos à época do “Carlismo”. Infelizmente vivemos num país onde a “politicagem” impera. Você sofreu algum tipo de retaliação por conta dessa postura, já que também dependia de verbas públicas para manter, por exemplo, o Teatro Vila Velha?
MÁRCIO MEIRELLES – Creio não ter sofrido nenhuma retaliação, mas também nunca tive privilégios. Sempre fui independente, em minhas posições políticas e estéticas. Acontece que o trabalho de revitalização do Teatro Vila Velha tinha uma dimensão muito maior, inquestionável, e qualquer dirigente de cultura à época tinha que reconhecer a importância disso e, pelo menos, chamar o Vila pra uma conversa. Foi o que aconteceu. Paulo Gaudenzi, secretário de Cultura e Turismo à época, nos chamou para conversar e oferecer apoio. Na conversa ele disse uma frase, que ouvi dele outras vezes: “meu pai me ensinou a não deixar passar cavalo selado, sem montar”. Creio que foi isso: o Vila era um “cavalo selado”, um projeto que daria certo e que traria frutos pra quem estivesse junto. O Estado queria estar junto. Mas no nosso entendimento não só “queria”, tinha a obrigação de estar junto. Então, apesar de não termos ido lá pedir nada – quando entramos no Vila, decidimos que íamos tocar aquilo do jeito que estava e ir fazendo e transformando ao fazer – aceitamos porque entendíamos que o Vila é um patrimônio nacional e nosso trabalho, não era pra nós, era público. E já ouvi e vi muita gente surpresa ao saber que o Vila não é um teatro do governo. É isso: o Vila é um teatro público, porque serve à população. Dando acesso às produções mas também, e principalmente, aos meios de produzir.
Devo aqui dizer duas coisas sobre isso. Louvar a atitude de Paulo Gaudenzi, em apoiar um grupo e um projeto que não se alinhavam à política partidária da qual ele era parte e nunca ter cobrado nem direta nem indiretamente alinhamento ou apoio. Portanto, em relação a nós, agiu republicanamente.
Segundo, que o governador Jaques Wagner, ao me convidar para assumir a Secult, e ter como resposta que eu achava uma tarefa muito grande, ele me disse que fizesse o que fiz com Vila em escala de Bahia. Foi o que fiz. Democratizei, distribui, compartilhei.
“O Vila é um teatro público, porque serve à população.”
AA - Sabemos que nem sempre os discursos interagem de fato com as ações. Em minha opinião, principalmente a questão da descentralização do apoio público ao interior baiano de fato funcionou, embora com algumas observações ao processo. Enquanto gestor público, Você acha que atingiu seus principais objetivos a frente da política cultural estadual?
MÁRCIO MEIRELLES – Minha expectativa era muito maior, é claro. A gente sempre pensa em mudar o mundo (risos). Mas administrar a coisa pública é uma negociação. Primeiro com você mesmo: “tá legal, meu amigo, você não vai conseguir tudo, do quê é que abre mão?” Essa é a pergunta que você se faz diariamente. Depois, você não trabalha sozinho, faz parte de várias equipes. A sua mais próxima, o gabinete, os assessores; uma maior: os dirigentes dos órgãos vinculados. Outra maior ainda: todo o executivo, os outros secretários, o próprio governador, o orçamento do Estado que define suas prioridades. Tem as regras do jogo, dadas pela legislação; os órgãos reguladores: Procuradoria, Auditoria Pública, Tribunal de Contas, Ministério Público... Tem o Legislativo. Tem a imprensa, a mídia... E boa parte desse elenco é ou se considera representante e porta-voz da sociedade, que é de fato pra quem você trabalha.
Ora, então seu desempenho depende muito de vários fatores. A estrutura que você tem é decisiva. A Secretaria de Cultura estava sendo criada. Mas o que houve de fato foi um desmembramento de uma secretaria e a SECULT continuou praticamente com a mesma estrutura montada para ser apenas uma parte da antiga Secretaria de Cultura E (um e fundamental) Turismo, consequentemente pra dar conta de parte de suas atribuições, e para atender a um público restrito – a uma categoria e a um território – o produtor cultural da capital. Evidentemente estou simplificando. A antiga secretaria tinha programas e projetos que atendiam o interior e outros setores. Mas não como ações programáticas. Bem, quando entramos e fizemos a máquina se mover para todos os territórios do estado, para vários setores que não eram atendidos e para a população, evidentemente a sua fragilidade ficou evidente e ela emperrou em vários momentos.
Aí vem outro fator fundamental: a equipe que você tem. E tive uma equipe brilhante. Com excelentes profissionais, pensadores e atuadores da área da cultura e da gestão pública. Pessoas apaixonadas e comprometidas, dispostas a dar tudo pra executar suas tarefas pra que atingíssemos nossa meta, a ponto de sermos criticados como voluntaristas... Brincávamos que nossa meta era dominar o mundo (risos). E a resposta era: se a cultura não dominar o mundo, o mundo vai ser dominado pela barbárie.
Mas também essa equipe era assimétrica. Pessoas com um entendimento muito claro do que estava sendo proposto e capacidade para executar. E outras nem tanto. Que faziam leituras muito personalistas do que é ser democrático e republicano. De qual é o papel do Estado. Do que é uma política republicana, como o governador sempre nos cobrou, a nós secretários, e o que é política partidária... Qual o papel do mercado, e sua importância. E a importância do Estado fomentar a existência existência e crescimento desse mercado como parte de uma política de sustentabilidade de determinado setor. O livro, por exemplo: fomentar um parque editorial é importantíssimo para o desenvolvimento das políticas de livro e leitura. Entender o papel das redes criativas e produtivas, ajudar a sociedade a estruturar e consolidar essas redes... enfim.
Convencer o Estado de que também é preciso mudar a cultura política e a cultura do desenvolvimento, entendendo a cultura como um investimento neste desenvolvimento e não como um gasto supérfluo diante dos “necessários” em educação, saúde e segurança pública... Conseguir mostrar que o investimento em cultura é prioritariamente um investimento em educação, saúde e segurança pública... Para isso é preciso também convencer a sociedade de que não se combate a violência apenas com armas mas com livros, com jeitos novos de encarar os problemas... Mas dependíamos de que os artistas entendessem essa dimensão do Estado e da Cultura. E não continuassem encarando o Estado apenas como mecenas ou patrocinador de suas atividades por si; que o centro das políticas de cultura não são os artistas, mas o povo. E que é pra ele que todos trabalhamos. É ele que paga e justifica nossas atividades, se são necessárias. Leva tempo, e tem a ver com educação também, a construção da percepção dessa necessidade da arte, do que ela traz de benefício e de avanço, não apenas gerando empregos e economia – um fator importantíssimo e que não deve ser ignorado – mas cidadania, sentido de pertencimento e compromisso, uma complexidade crítica de pensamento que nos ajuda a entender e a nos apropriarmos das realidades, cada vez mais complexas, que vivemos.
“Se a cultura não dominar o mundo, o mundo vai ser dominado pela
barbárie”.
AA - Em discurso final, de transmissão do cargo no início de 2011, você declarou: “Tive que pular muitas poças de lama”, referindo-se ao período em que foi secretário. Quais as principais dificuldades que você encontrou para gerir a Cultura Estadual?
MÁRCIO MEIRELLES – Tem uma coisa muito importante pra se levar em conta: sou um artista. Há 39 anos tenho esse ofício. Sendo artista, sou primeiramente um ser político: ou seja um cidadão que discute o poder, as regras, as convenções, os ritos, as possibilidades, as mudanças necessárias, as tradições que devem ser preservadas, a história e seus efeitos e suas possibilidades; que reflete o outro, suas fraquezas e méritos e potencialidades... Nunca fui filiado a nenhum partido, porque não acho que seja a melhor maneira de se conduzir as coisas, não acredito que isso tenha evoluído no sentido de que, de fato, os partidos representem ideias e programas de uma parcela da sociedade e que essa parcela escolha esse ou aquele candidato pelos partidos porque estes são seus representantes. Creio que as coisas funcionem de forma diferente.
Fui publicamente anunciado como uma escolha pessoal do governador e não uma indicação partidária, imagino que ele sabia que uma escolha partidária para a pasta recém-criada, naquele momento, significaria a implantação de uma política comprometida com os interesses do partido do gestor e não a implantação de uma política republicana e nova para a Bahia, como ele desejava. E talvez intuísse que só um artista poderia enfrentar criativamente as dificuldades que encontraria.
O fato é que aceitei. Porque tinha ideias, propostas, formuladas durante esses quase 40 anos de atividades. E porque sempre cobrei do Estado a postura que Wagner representava e representa. Acreditava e acredito na sua integridade e no programa político que vem implantando na Bahia, mesmo com todas as negociações que é obrigado a fazer pra gerar a necessária governabilidade num estado tão fragilizado por 44 anos de um mesmo grupo no governo e que construiu sua permanência no poder até agora. No poder econômico, midiático... E aceitei também por uma escolha pessoal. Porque era Wagner, com quem não tinha, ao contrário do que muita gente pensa, nenhuma relação pessoal, mas uma admiração muito grande pelo papel político que vinha desempenhando no Brasil e por alguns encontros com ele, como Ministro do Trabalho, para tratar de projetos do Teatro Vila Velha.
Portanto, resolvi me afastar de minhas atividades artísticas durante quatro anos – e de minhas sandálias havaianas (risos)... é sério, deixar de usar sandálias havaianas publicamente e encarar terno e gravata, pra nós que fazemos arte, teatro, e que lidamos com símbolos e significados, é muito. Bom, o apoio político que poderia ter era o da categoria. Como tive dos municípios, de seus produtores e gestores culturais, de seus habitantes... E essa foi de fato a força da SECULT nesses quatro anos. As políticas para o interior fizeram aumentar o percentual orçamentário para a cultura, convenceu parlamentares e executivos de muitas das coisas que queríamos demonstrar acerca do papel do Estado em relação ao setor. Mas, infelizmente, a história e consequentemente a cultura baianas não permitiam que isso (o papel do Estado) fosse internalizado plenamente, e na hora das discussões e da divisão do bolo e da atenção política sobre as atividades e setores da sociedade, o governo – não falo do governador – acabavam não reconhecendo plenamente o papel da cultura pra o desenvolvimento e não eram considerados necessários, ou pelo menos tão necessários, a criação de estrutura para a SECULT e o investimento na área.
E, parte – digo uma parcela bem pequena mesmo – dos artistas de Salvador, não aceitaram as mudanças propostas e efetivadas e, com todos os microfones, câmeras e espaço na imprensa com que sempre contaram, deixaram passar a oportunidade de ter um de nós no governo, para dialogar e juntos, resolvermos questões muito antigas que não seriam resolvidas em apenas quatro anos, principalmente com o embate que se travou com esses poucos amplificados. E quero registrar aqui uma coisa: nunca chamei esses poucos de ex privilegiados nem de viuvas do carlismos. Porque sei que todos os artistas ralam muito pra serem artistas e não acredito que essas viuvas existam. O carlismo é a personalização de uma atitude reacionária que o baiano tem, principalmente suas elites. E falo aqui de todas as suas elites: política, acadêmica, intelectual, econômica, negra, midiática, artística... Antônio Carlos Magalhães soube aproveitar esse traço de nossa cultura para colocar e manter no poder parte dessas elites, que tomaram seu nome para designar essa tendência brasileira e potencializadamente baiana de manter as coisas como são, de confundir público e privado, de construir a fama em cima da difamação dos outros, de invejar o sucesso ou melhor, o sucedido. De impedir mesmo que as coisas mudem, somente porque essas mudanças ameaçam sua estabilidade. E isso é parte de nossas contradições, dos paradoxos de nossa alma barroca. Porque, ao mesmo tempo, somos inventores, assimiladores antropofágicos de tudo que é novo... cosmopolitanos e provincianos ao mesmo tempo. Revolucionários e reacionários. E não me excluo disso.
“Deixar de usar sandálias havaianas publicamente e encarar terno e
gravata, pra nós que fazemos arte, teatro, e que lidamos com
símbolos e significados, é muito.”
AA - Percebo que você contou com uma equipe técnica muito capaz no período em que foi secretário. Algumas figuras que colaboraram com o processo de territorialização da cultura durante a sua gestão, com a entrada de Albino Rubim, deram lugar a novos profissionais que já promoveram algumas mudanças, como por exemplo, a substituição de alguns Representantes Territoriais. Na sua avaliação, até que ponto as mudanças na gestão não comprometem a consolidação das políticas públicas para o setor cultural?
MÁRCIO MEIRELLES – Como falei antes... queremos e tememos mudanças. Por acaso, neste ponto, sou menos baiano (risos). Creio que as mudanças são necessárias. Se eu mesmo continuasse – e, inclusive, essa seria uma condição para eu continuar – faria algumas mudanças na equipe, talvez até mais radicais do que as que estão sendo feitas. Como não estou acompanhando muito de perto o que está acontecendo, não sei, por exemplo, que representantes territoriais foram mudados. Sei os cargos mais visíveis, os gestores das vinculadas e não muito mais. Mas creio que as mudanças têm propósitos coerentes com uma segunda gestão do governo Wagner. Temos que esperar pra ver os resultados.
AA - Qual a sua expectativa para a gestão da Cultura no Estado da Bahia, atualmente conduzida pelo seu sucessor, professor Albino Rubim?
MÁRCIO MEIRELLES – A melhor possível. Depois da reeleição do governador, assim que pudemos nos encontrar, levei a ele os três desafios da cultura para sua segunda gestão: haver mais interseção entre as políticas e os programas das Secretarias de Cultura e de Educação, sem o que, não acredito possa haver mudanças significativas no desenvolvimento da cultura na Bahia; segundo, montar um programa para a Copa que beneficie a cultura baiana, principalmente no que diz respeito ao patrimônio material e imaterial e às industrias criativas, porque uma cultura, como a nossa, num evento como a Copa tem muito a ganhar com criação ou construção de tecnologias e produtos que gerem royalties e, consequentemente, economia. E o terceiro desafio é o de consolidar o que foi construído na primeira gestão, em termos de processos e programas. No mesmo encontro externei a minha intenção de não continuar na pasta.
Me preparei para quatro anos. Esse foi o prazo que dei pra mim e pra minha vida pessoal, também pro Bando, pro Vila, pras minhas criações. E quatro anos foi muito. Pelo que mudou no mundo e na Bahia e pelo que mudou com o Bando e com o Vila. O governador, depois de um tempo, me chamou pra comunicar que Albino, indicação do PT, seria o próximo secretário de Cultura. Fiquei muito feliz. Primeiro porque Albino foi presidente do Conselho de Cultura. Ele conhece bem a área e sabe os pontos fracos e fortes da SECULT, porque acompanhou sempre com uma postura crítica muito boa toda a nossa gestão.
Depois pelo fato dele ser indicação de um partido. Isso mostra a força que a pasta adquiriu e dá a Albino uma sustentação necessária para conseguir coisas que são mais difíceis quando você não tem.
O que vejo, nesta segunda gestão do governo Wagner, é a possibilidade de uma revisão do que vinha acontecendo, e a afirmação de uma política que, como disse diversas vezes, é política de governo e não pessoal. Vejo o avanço e colheita em algumas áreas que já estavam plantadas, novas semeaduras em terras já adubadas e também o trabalho de arar e preparar alguns terrenos onde não pudemos chegar, pra que talvez essa ou a próxima gestão possam semear e alguém colher. Assim é a gestão pública.
AA – O avanço nas políticas públicas culturais implantadas em Jequié (2009-1010), com a publicação de editais municipais e a construção dos elementos que integram o Sistema Municipal de Cultura, foi citado por você em diversas ocasiões públicas enquanto Secretário Estadual de Cultura. Atualmente, a gestão do setor cultural local tem sido fortemente criticada por artistas e produtores devido à interrupção dos investimentos e a ausência de uma política cultural definida. Como você avalia a possibilidade de um retrocesso?
MÁRCIO MEIRELLES – A possibilidade de retrocessos sempre há. E sofremos todos com isso. É um dos resultados da parte perversa das questões partidárias de que falei. Sei que foi feito um trabalho muito bonito em Jequié. Isso acompanhei e falei publicamente diversas vezes. Agora, estou meio longe e não posso avaliar o que está acontecendo. Seria leviano de minha parte. Mas a cultura de Jequié é muito rica e o potencial que ela tem para ajudar o desenvolvimento do município é imenso. Espero que o prefeito daí, assim como os de todos os municípios, inclusive de Salvador, e os futuros, tenham a sensibilidade de perceber que o investimento em cultura é um investimento em desenvolvimento.
“Espero que o prefeito de Jequié, assim como outros prefeitos
futuros, tenham a sensibilidade de perceber que o investimento em
cultura é um investimento em desenvolvimento”.
AA – Na maioria das vezes, pessoas com problemas pessoais fazem criticas a um gestor público a todo o tempo. Transformam antipatia pessoal em problemas políticos, e então é iniciada uma “campanha contra”. Principalmente a partir da descentralização do apoio publico ao interior baiano, como foi conviver durante alguns anos com os manifestos públicos da conhecida turma do “Meu pirão primeiro”?
MÁRCIO MEIRELLES – Foi duro. Foi muito mais duro talvez por serem pessoas com quem convivi e convivo, pessoas pelas quais tinha afeto e admiração profissional ou artística, com as quais trabalhei, com quem colaborei em diversos processos criativos que nos engrandeceram. O mais duro era não me reconhecer nos olhos dessas pessoas. Era incrível. Aparentemente eu era outra pessoa, com outra história. Parecia que eu tinha nascido de terno e gravata. Era como se minha história tivesse começado em janeiro de 2007. Muitas vezes chamei ou cheguei junto pra conversar e era como se fôssemos outras pessoas. Como se o gestor público tivesse anulado o artista que viveu tudo aquilo que eu mesmo me dizia que deveria ser solucionado. Mas fiz o possível e o melhor. Creio que estamos colhendo frutos e que a Bahia mudou. Talvez não o tanto que eu gostaria, ou que seria necessário. Mas o suficiente pra produção cultural, se continuar nesse rumo, andar com as próprias pernas, sem a tutela e dependência (quase química) do Estado
AA – Pra finalizar, fale um pouco dos seus projetos aos leitores do blog “Enfoque Cultural”.
MÁRCIO MEIRELLES – Meus projetos são muitos. Mas como faço 40 anos de vida pública como artista em 2012, meu principal projeto é juntar os vários marcios que fui durante esse tempo: artista visual, performer, fotógrafo, encenador, escritor, dramaturgo, militante, gestor, o Bando, o Avelãz y Avestruz, o TCA, o Vila Velha... Quero fazer livros, sites, blogs, peças, exposições com tudo isso (risos). Tenho revisto as coisas que fiz, disse ou escrevi e vejo uma coerência muito grande em tudo, inclusive na minha gestão como secretário de cultura da Bahia.
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